Na noite desta quarta-feira, dia 30, o governador do Rio, Cláudio Castro, tomou a decisão de anular a prova objetiva do concurso da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Esse concurso disponibilizava duas mil vagas para a posição de soldado. A aplicação da prova ocorreu no domingo anterior, dia 27, porém, foi marcada por uma série de denúncias de fraude. Participantes alegaram a presença de candidatos utilizando dispositivos celulares durante a realização do exame.

O certame, no entanto, não foi suspenso. Os candidatos terão de fazer um novo exame objetivo, cuja data ainda será anunciada.

"Infelizmente nem tudo acontece como nós queríamos. Nós não vamos ficar calados sobre todas as denúncias que chegaram a nós, que chegaram à Assembleia Legislativa, que chegaram ao Ministério Público mostrando falhas no sistema da prova, mostrando falhas, sobretudo, no processo de fiscalização. Não era o que nós queríamos, mas gostaria de anunciar que eu determinei o cancelamento desta etapa, ou seja, a prova que aconteceu no último domingo será cancelada", disse o governador em vídeo.

Cláudio Castro, no entanto, esclareceu que o concurso está mantido.

"Veja o vídeo completo feio pelo Governador Cláudio Castro em sua rede do Instagram"

Denúncias

Os exames do concurso foram organizados pelo Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento Executivo (Ibade) e abrangeram mais de 120 locais na Região Metropolitana do Rio. Nas plataformas de redes sociais, candidatos expressaram descontentamento em relação à ausência de infraestrutura nos referidos endereços, fato que teria comprometido a integridade do processo seletivo.

Conforme relatos, em diversos locais, não se encontravam espaços destinados à guarda de dispositivos celulares, o que resultou no uso indevido destes para consultas. A divulgação de vídeos e fotografias registrados durante as etapas da prova propagou-se online, assim como o compartilhamento de mensagens em grupos privados de candidatos, admitindo a ocorrência de "cola".

Além das questões acima, os participantes inscritos no concurso também destacaram a ocorrência de atrasos na condução das avaliações e a carência de detectores de metais nas instalações.

Prisões

Conforme informado pela Secretaria Estadual de Polícia Militar, no decorrer da realização das provas objetivas, um total de 20 candidatos foram detidos. Dentre esses indivíduos, 19 estavam sujeitos a mandados de prisão em aberto. Adicionalmente, outro indivíduo foi capturado em flagrante ao tentar utilizar informações falsas durante o processo seletivo.

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